LOUVRE

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Sonho!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

II Colóquio de Culturas Africanas

Griots: II Colóquio Culturas Africanas
Apresentação

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e o Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem do Departamento de Letras realizarão no período de 25 a 27 de maio de 2011, na cidade de Natal-RN, o II Colóquio de Culturas Africanas – Griots, dando assim continuidade à iniciativa que em 2009 organizou o I Colóquio de Culturas Africanas: Linguagem, Memória e Imaginário.

Site oficial: www.ufrn.br/ufrn2/coloquioafricano

Vamos Participar!

domingo, 22 de agosto de 2010

Caracterização do Colégio Santa Àgueda proporcionando uma reflexão histórica.

O referido colégio faz parte da Congregação de Nossa senhora do Bom Conselho fundado por Frei Caetano de Messina, da ordem dos Franciscanos, que nasceu em Catânea (Sicília), na Itália, e que segundo a irmã Irene este deixou na Itália uma excelente estrutura. Em 11 de setembro de 1841, veio para a cidade do Recife trazendo um grupo de intrépidos missionários para proliferar a fé. No inicio Frei Caetano de Messina fundou em Bom Conselho um orfanato, e o lema do Frei era a “menina dos olhos dele” para proteger jovens que ficavam a mercê de fazendeiros e eram vitimas de abusos sexuais, este orfanato era destinado principalmente para moças pobres e sem instrução, a sua estrutura foi construída com a ajuda da população, pois o Frei Caetano de Messina não tinha muitos recursos, fundando a congregação com apenas quatro jovens freiras, que passaram a ensinar as jovens a bordar, corte e costura, e as primeiras letras. A instituição tinha o objetivo de passar uma educação fincada em bases religiosas, protegendo a integridade das moças que passaram a freqüentá-la auxiliando no desenvolvimento de sua formação.
O colégio Santa Àgueda fixou-se na região do vale do Ceará - Mirim com o objetivo de instaurar este sistema educacional com bases religiosa e disciplinar, para a formação das jovens da cidade. Este foi fundado em 14 de Abril de 1937 pelo decreto Diocesano de 26 de novembro de 1936 que diz que:
“Aos que o presente Decreto virem paz e bençam no senhor. (...) Havemos por bem crear, na cidade de Ceará – Mirim, um Collegio Catholico, sob a direcção de religiosas que ficará subordinado à Nossa Jurisdicção(...)” (Jornal a Ordem, 1937, num 500) , e o Major José Onofre Soares transferiu o seu prédio para as irmãs, e a Madre Gabriela, religiosa da congregação que saiu de Bom Conselho, interior de Pernambuco com esta pretensão de repassar valores para a sociedade sendo esta muito importante para o surgimento do Colégio, antes de ser diretora do Ginásio , administrou outros colégios da Congregação, a inauguração da instituição era velha aspiração do povo da cidade de Ceará – Mirim, e foi concretizada graças ao Sr. Mirabeau da Cunha Melo que na época era Prefeito da cidade que solicitou ao Bispo D. Marcolino Dantas que o ajudasse na implantação de uma escola religiosa dedicada a meninas, Vale salientar que as escolas religiosas foram implantadas pelo Bispo sendo vinculado a projetos sociais e isto era na época algo natural já que o governo não tinha muitas estruturas para investir na educação, este trouxe para o Estado do Rio Grande do Norte além do Colégio Santa Àgueda, outras instituições religiosas que cuidaram da educação religiosa dos indivíduos outros exemplos são, o Maristela, o Salesiano e o das Neves foram escolas que surgiram com esta destinação, o Padre Celso Cicco que estava à frente da paróquia de Ceará – Mirim também auxilio na implantação da instituição.
É possível perceber que o Colégio foi e continua sendo o único colégio da cidade voltado para um ensino religioso, aplicando seu ensino de maneira peculiar, seus conhecimentos voltados para a formação do indivíduo dando ênfase em sua vida religiosa como cidadão. O Colégio sempre se encontrou próximo a Praça Barão de Ceará – Mirim, mas o prédio não é o de sua fundação, este foi erguido no ano de 1953 , com a ajuda de Café Filho importante político da época que exercia o cargo de vice-presidente da república e que após suicídio de Getulio Vargas em 24 de Agosto de 1954, se tornou presidente.
Em principio o Colégio funcionava como internato e recebia meninas de todas as regiões do estado, como de Poço Branco, Taipú, Canguaretama, e de todo o litoral. No internato existiam duas modalidades, o chamado “patronato”, que acolhia cerca de 45 meninas que não pagavam mensalidades e que diante desta condição tinham que ajudar nos afazeres domésticos, segundo a irmã Irene esta era única distinção entre estas meninas, pois o resto, como alimentação, estudos, momentos de recreio eram iguais as jovens da modalidade de “pensionato”, nesta as mensalidades eram destinadas a manter o funcionamento da instituição, tendo em média 53 meninas.
Para se entender os motivos pelos quais se criou a instituição, a Irmã Irene em entrevista disse:


"Naquela época havia muitos fazendeiros, senhores de engenhos, ou que não tinha... recursos e não tinha como manter as filhas na escola pra ir todo o dia e voltar era muito caro e não tinha transporte fácil. Inclusive nos tínhamos meninas de Poço Branco, João Câmara, das praias e de outros estados. Então sentindo a necessidade dos pais criou – se uma estrutura que era comum na época e em nossa congregação. (11/09/2009)" Entrevista cedida por Irmã Irene.

Portanto, era comum na época formar escolas religiosas principalmente porque o Estado não tinha um sistema educacional eficaz, salientando novamente que as escolas religiosas eram uma criação da Igreja como sendo uma extensão, ou seja, um projeto social para educar o indivíduo em cristo.
No colégio as internas aprendiam as primeiras letras e a serem boas donas de casa, aprendendo a cozinhar, bordar, costurar, e tinham ainda aulas de etiqueta, sempre alicerçado em bases religiosas, sendo possível notar as primeiras demonstrações de condicionamento a partir da preparação para serem boas donas de casa. As internas tinham regras e horários estabelecidos pela instituição, ao acordar rezavam e tomavam seu café da manhã e após este momento dirigiam-se as salas de aula, onde aprenderiam inúmeras atividades. As famílias normalmente segundo a irmã Irene ficavam satisfeitas com os resultados, pois as filhas entravam de um jeito e saiam completamente mudadas, no que diz respeito a princípios religiosos, e a própria educação pessoal. De acordo com estes processos padronizados de atividades, é possível notar o elemento disciplina que segundo Foucault é a base essencial para fundamentar novos valores. Essas internas viviam sob um regime fechado, só tinham acesso externamente à família, convivendo apenas com suas colegas de internato e a partir de uma determinada época externato e com as Freiras, saiam do regime apenas em momentos como missa, novenas, festas da padroeira da cidade .
É importante ressaltar que nas décadas estudadas a metodologia educacional utilizada era fincada na estrutura tradicional com os cursos primário e ensino de 1º grau, para maior entendimento foi analisado um certificado e Histórico Escolar da época, onde características como Entidade Mantedora, e os Atos continuam o mesmo, houve uma mudança na nomenclatura da instituição, e sobre os componentes curriculares é perceptível a mudança com os novos artigos e com as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e com a implantação da disciplina Cultura do RN promovendo uma aproximação do aluno com suas raízes conhecendo mais sua História.
No inicio apenas as irmãs davam aulas para as jovens, e com o tempo a instituição foi crescendo, e o número de religiosas se tornou incapaz para atender a demanda, tendo que ampliar, contratando mulheres que fossem capacitadas para ensinar a ler, a contar, e enquanto as irmãs cuidavam ainda das aulas de religião. Havia dois tipos vestimenta, uma para as meninas assistirem as aulas que eram camisetas de manga longa e com uma saia que ia até os calcanhares e um vestido branco para as missas, sendo todas iguais.

Romper com certos hábitos causa estranhamento.

Muita gente pensa que as disciplinas de História e geografia, são matérias decorativas e que a unica maneira de estudá-las é colocar uma atividade, responder com os alunos e as mesmas questões colocar na prova, porém eu acredito que, o ensino de História tem como objetivo proporcionar ao aluno reflexões sobre determinados contextos históricos, auxiliando no processo de interpretação e percepção sem que haja necessidade da utilização desses métodos tradicionais e decorativos. É importante que o educando, construa com a intervenção do professor, a propriedade do pensar e do discutir, a partir da oralidade e de questionamentos trabalhados em sala de aula, promovendo uma assimilação de forma significativa que possa somar em sua formação como sujeitos de suas ações e como cidadão. Portanto, é extremamente delicado romper com métodos já enraízados, métodos na qual os alunos já estão habituados, mas não é impossivel, é possivel sim formar indivíduos capazes de pensar com autonimia sem verdades prontas e é isso que eu desejo.

Att. Erivania Morais.